segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Estilhaço

Estilhaço. Um pedaço de luz, contorno quebrado, ser cortado, alado onde não podia, cai no chão redondo, murmurante.
Estilhaço de loiça, alvo sereno, branco relento, deslizante contemplo. Gravita no ar entre o tampo e chão. Embate no ladrilho, arrastado a jusante.

O estilhaço é a esperança que gritas escorraçada.

Estilhaço de vida, lágrima em cristal, num golpe de mão voa velho onde nada para morrer criança.

Estilhaços, num credo, que me roubaram incompleto. O estilhaço ficou onde a vontade morreu como a Fénix. E se todas as vidas nos fossem estilhaçadas, a Esperança amadureceria novamente, pois nem todo o Mal sabe que antes de cozidas todas as loiças são Verdes!

2 comentários:

  1. Deixaste-me sem palavras...é simplesmente lindo.

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  2. Fónix! Li e reli, e mesmo assim não consegui apanhar o fio condutor! Consegues juntar palavras improváveis e ligá-las com um sentido a interpretar...

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