sábado, 10 de setembro de 2011

Terrorismo




Existir é-me oculto pelo provinciano pretensiosimo de me dar ao veludoso luxo de pensar. Pensar nunca se me põe em causa, porque todos existimos. Advirto porém o leitor que o racionalismo deve ter capacidade autocrítica.




Posto isto falemos do 11 de Setembro e animais que se batem. Como a caça, a corça, o dorso de mulher. Mesmo as mentes mais argutas serão capazes de o ver, o dia em que o mundo novamente começa na tapada, onde o Rei caça com o seu corpo de cassadores a cassa grossa.


Na capela, distante da mais pequena insinuação dos disparos, Rainha e restantes damas confessam em sussuros o anseio de serem o futuro harem do Deus Cristo. Posto isto, posto isto...



A consequência do presente contrapõe novamente a existência de duas entidades opostas, orgânicas, pensantes. Ocidente vs. Obsoluto.
A política externa americana, passo a desapropriação do nome por parte de uma pequena parte dos efectivos americanos (ergo, Stati Uniti d'America), será no mínimo desastrosa. Uma presunção a desses Gentlemans do Novo Mundo, supor que fazem melhor aproveitamento dos recursos do planeta que os indígenas jamaicanos, certamente providos de muito mais erva e menos currículo que os judeus, mas naturalmente, igualmente respeitáveis. Se pensarmos que um terço do que circula nos meios de comunicação sobre a política externa dos E.U.A. são factos credíveis e, mais ou menos notoriamente, consumados, não é de estranhar o 11 de Setembro do ano de 2001 da graça do Senhor. Um dia que o Mundo passou colado à televisão, alheio do Sol que se esforçava por nos manter vivos, lá fora. Hoje é assim o mundo novo, sem tecnologia o tempo não passa, certamente por alguma distorção imprevista nos cálculos da célebre teoria de Einstein.

Os Aneis Borromeanos corporizam o Real, o Imaginário e o Simbólico. Vivemos no primeiro, adormecemos para o segundo, comunicamos com o terceiro. Comunicar, communicare, comungar... é algo que, ao contrário do que alguns possam pensar, não se faz só nos templos. O culto do comum é a língua do mundo. Se aqui vos confessasse, que sou a rameira de Deus, Teodora, a freira-puta que gere o melhor bordel da cidade, il Rosa Colta, certamente caíram na tentação de pensar que bato mal dos cornos. Ou que sou de uma imaginação digna d'il Pantheon, igualmente válido, o meu ego adora! Vocês julgam, eu julgo. Agora tu, agora eu. Pétala a pétala, brincadeira de crianças, como nos ensinaram. Já vos ocorreu fazer o contrário?


Os credos podem ser diferentes, e americanos combaterão terroristas para sempre enquanto as pessoas torcem o nariz a cowboys e alliens nas salas de cinema, com a sua melhor pokerface. Onde houver diferenças e escassear a tolerância, haverá necessariamente conflito, nem que seja ideológico. Os EUA sairam à rua encarnando os seus heróis da BD. Vêem o mundo aos quadrículos, como na BD, medem e ocupam as células que querem. Detorpam ângulos e parâmetros de rede, destroem a estrutura cristalina e levam um amorfismo destrutivo a vários povos. Em nome do Capitalismo? Democracia? Progresso? Ordem? Quem manda em quem? Parece-vos solução a Leoa faminta? A Águia farta?


Todos os que nascem amanhã já não se identificarão connosco, serão vergados pela inércia da cada vez maior massa que não quer saber de si própria, mas que espezinha a sua ínfima parte. A prepotência será combatida com a revolução e o desespero, com morte e violência desmedida. Depois da tempestade a bonança, a água a todos para sarar feridas, porque o crude não durará para sempre.




Posto isto? Porquê o sangue de cristo? Hitler ruge da cruz onde foi pregado "Niemand ist perfekt!", como quem diz "Ninguém é perfeito!"... mas cada um de nós, à sua muito própria maneira, faz por pensar que anda lá perto.

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