Rotinas e adiante. Há muito tempo que pisei a rima, pus os adjectivos fora, mandei tudo para o caralho. Por ferros se mata e morre, por isso a dopagem com carbono que faz do gume a espada é-te enterrada no dorso, e o azoto se propaga e endurece. Sou o colosso que não viste, a ninfa que busca e caça, Diana, Némesis, o peito e o cancro beijados que te berram na cara a raça! E um hipócrita; a minha frustração contudo é o grito nunca um dia branco, porque posso ser qualquer coisa, mas nunca tudo ao mesmo tempo. Eu marco mas não mato, circulo e interrogo, eclipso-me no foco trémulo da cela. A minha juba é ruiva, farta e bela no clarear novo de cada mentira. Eu olho mas não prendo, insinuo e mesmo não querendo, dispo a roupa sobre o palco e atiro-me na passadeira. E todas as voltas, rotinas, os depois, agora, para ontem e antes são sempre a mesma órbita, o mesmo perímetro redondo, o círculo, as cordas, a frequência e o comprimento de onda do rádio em que voas a náusea do longe. Entre nós para sempre as palavras, a verdadeira merda, soluto que nos mata, água régia, água forte, água da vida que te dissolve prata nos meus dedos perfeitos, dedos feitos fracos, falsas fêmeas, virgens de ouro. Hipócritas.
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